sexta-feira, 26 de abril de 2013

AVENIDA NOVE DE JULHO - TOMBAMENTO DEFINITIVO MUNICIPAL

Avenida Nove de Julho
Tombamento definitivo municipal
Órgão de Proteção: CONPPAC

Avenida Nove de Julho. Foto: Carolina Simon, 2011.

A Avenida Nove de Julho foi inaugurada em 1922,  sob a denominação de Avenida Independência, quando também foi instalado o Obelisco do Centenário da Independência do Brasil,  no final da rua Tibiriçá, posteriormente transferido para a confluência das atuais avenidas Nove de Julho e Independência. O trecho inicial da avenida, ainda com o nome de Independência, era entre as ruas Tibiriçá e São José. No ano de 1949, iniciaram os estudos para o prolongamento da avenida entre as ruas Sete de Setembro e Floriano Peixoto. Através do Ato nº 60, de 25/07/1934, a avenida passou a denominar-se Nove de Julho, nome ratificado pelo Ato nº 75 de 05/09/1939, numa homenagem à deflagração da Revolução Constitucionalista de 1932, um movimento em prol da elaboração de uma nova Constituição brasileira. Na década de 40, foi loteado o Jardim Sumaré. A cidade setorizava-se e a zona sul ficava destinada às classes abastadas.


Avenida Nove de Julho. Foto: Carolina Simon, 2011.
Em 1949, o relatório do então prefeito José de Magalhães, cita que a avenida Nove de Julho foi calçada com paralelepípedos, entre as ruas Barão do Amazonas e Cerqueira César; neste mesmo ano foram plantadas 40 sibipirunas pela seção de Jardins e Horto Florestal da Prefeitura Municipal, sob a chefia de Geraldo Prado Garcia, configurando o paisagismo do canteiro central atual. A avenida Nove de Julho, que em 1955 tinha sua abertura finalizada, passava a representar a artéria da área de alto padrão do município, recebendo residências finamente projetadas, que abrigariam a elite ribeirão-pretana da época. Seguindo os ventos da modernização, caracterizada pelo embelezamento desta área, em janeiro de 1955, a imprensa anunciou que a Prefeitura Municipal, com a cooperação de particulares, instalaria 43 postes ornamentais de ferro fundido, confeccionados pela Oficina Bianchi, com ligação subterrânea ao longo de toda a Avenida Nove de Julho (D.M. 06 jan. 1955, p. 1).

Segundo Calil Júnior (2003, p. 160), o prolongamento da Avenida Nove de Julho, na década de 1950, acompanhava a implantação de loteamentos naquela região, atendendo aos sistemas viários dos referidos loteamentos; posteriormente, em função de sua posição privilegiada (vetor sul da cidade) consolidou-se como um importante setor bancário: em 1981, existiam 4 agências de bancos internacionais e nacionais; em 1987, existiam 12 agências, e em 2000, 25. Em maio de 1978, a Prefeitura autorizou o pagamento de 224 mil Cruzeiros pelo DUSARP a CPFL, pela instalação de 72 luminárias a vapor de mercúrio, anunciando a substituição do antigo sistema de iluminação, formado pelos postes ornamentais em ferro fundido, alegando a inviabilidade de manutenção em razão da ação de depredadores. No final do mesmo mês, as 72 lâmpadas de 400 Watts se acenderam sem que os postos ornamentais tivessem sido retirados.

 
A então assessoria de comunicação da Prefeitura comunicou que os postes antigos da Avenida Nove de Julho seriam retirados e posteriormente instalados em praças públicas, que estavam sendo construídas no município. Afirma ainda, que o novo sistema de iluminação dotava a avenida com a modernização necessária para consolidá-la como um dos principais pontos comerciais do município (D. M., 1978, p. 3). Em novembro de 1978 os postes ornamentais ainda dividiam espaço com a nova iluminação na avenida. Nessa fase, a imprensa denunciava que os mesmos já se encontravam sem os globos, aparentando aspecto de sujidade e falta de manutenção. Além disso, uma denúncia de um ribeirãopretano, estudante em Paris, apontava uma possível intenção da prefeitura de doar os referidos postes à algumas “famílias ilustres” de Ribeirão Preto, fato que foi negado pelo então prefeito. Nessa ocasião, meados de novembro, o prefeito alegou que os postes foram retirados, a pedido dos comerciantes da Nove de Julho, em razão do alto custo de manutenção dos globos, comprometendo-se a transferí-los para local mais adequado sob a orientação do paisagista Geraldo Garcia, do Departamento de Parques e Jardins (D.M., nov. 1978).

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